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Ana Morais, o Rosto da Ciência que lidera a comunicação da ciência no IGC Notícias

10/03/2022
Ana Morais, o Rosto da Ciência que lidera a comunicação da ciência no IGC

ENTREVISTA | Rostos da Ciência


A Unidade de Comunicação Institucional do Instituto

Gulbenkian de Ciência tem como principal objetivo 

a divulgação da ciência a todos os níveis da sociedade, 

trabalho desenvolvido em estreita articulação com o Município de Oeiras.


No Instituto Gulbenkian de Ciência, a Unidade de Comunicação Institucional visa o reforço da divulgação da ciência de forma articulada entre a comunidade científica, empresas, hospitais, outros parceiros e em particular com a sociedade.

O trabalho da Unidade é realizado em estreita articulação com o Município de Oeiras e funciona como potenciador da Estratégia Oeiras Ciência e Tecnologia e do programa Oeiras Educa. Esta parceria permite o desenvolvimento de iniciativas que promovam a literacia científica dos vários segmentos da população.

Conheça melhor a Unidade de Comunicação Institucional através das palavras de Ana Morais, o "Rosto da Ciência" que lidera a comunicação do melhor que se faz em Ciência no IGC.

 

       Quando e em que contexto surgiu a Unidade de Comunicação Institucional do IGC?       

A ambição da Direção do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) está muito focada em fortalecer a presença da ciência a diferentes níveis: entre a comunidade científica, com parceiros, com empresas, com hospitais e especialmente com a sociedade.

As descobertas que são feitas pelos cientistas vão impactar na vida das pessoas, quer seja através de identificação de novos tratamentos, novas tecnologias ou na definição de políticas. Fazer esta ponte é um desafio. A comunicação é uma peça chave para dar a conhecer as diferentes etapas científicas, chegar a diferentes públicos, ajudar na tomada de decisão. É estratégica para o reconhecimento do valor da ciência.

Foi com esta missão que vim criar a nova unidade de comunicação institucional, em abril de 2019, ainda longe de pensar que o contexto iria exigir da ciência uma presença muito mais assídua, pronta a esclarecer dúvidas e a dominar a agenda noticiosa.

A pandemia de COVID-19 veio catapultar a ciência e desde então os cientistas da Gulbenkian têm marcado presença nos meios noticiosos, em eventos, a comunicar os mais recentes dados sobre o vírus, a combater ativamente as fake news e a aproximar cada vez mais a ciência da sociedade. Sem saber, começámos a trabalhar numa estratégia que veio revelar-se crítica e urgente. Atualmente, a equipa já conta com mais quatro membros e os projetos vão crescendo e fortificando

 

       Quais são os propósitos e mais-valias da existência desta Unidade de Comunicação Institucional?       

O principal propósito da Comunicação é promover o conhecimento que é produzido pelos cientistas, mostrar a sua relevância e o impacto que representa na vida de todos. Queremos chegar a diferentes públicos com atividades desenhadas para cada um: desde crianças, famílias, estudantes e cientistas.

Apostámos mais nos canais digitais, como principais pontos de contato com os públicos: o website e as redes sociais, e em simultâneo, reforçámos a relação e presença nos media. A par disto, ainda temos responsabilidades no âmbito da comunicação interna, promovendo mecanismos para um maior diálogo entre a comunidade.

O primeiro projeto de comunicação com que avançámos foi a alteração de logotipo e o desenvolvimento do novo website institucional do IGC. Com a mudança pretendemos aproximar-nos visualmente da Fundação Calouste Gulbenkian, a nossa sede, integrar a mesma plataforma de comunicação, onde estão representadas as diferentes áreas de atuação, e assim chegar a um público mais amplo e promover sinergias com as outras áreas da Fundação para levar a ciência até todos.

A grande mais valia é ter uma equipa dedicada a pensar nas estratégias, nos formatos, nos conteúdos que vão contribuir para alavancar a ciência. A nossa missão é contribuir para dar mais visibilidade à ciência, ao seu valor, atrair novos parceiros e mais financiamento.

 

       Quais são as principais iniciativas que Unidade de Comunicação Institucional está a desenvolver?       

As atividades que desenvolvemos podem dividir-se por duas áreas: de suporte ao que os cientistas desenvolvem ou de definição de atividades específicas alinhadas com a estratégia. No âmbito do suporte, destacamos a divulgação do estudo de efetividade da vacina contra a COVID-19, a decorrer.

Acompanhamos o trabalho da equipa de investigação, definimos a estratégia para divulgar os resultados e garantimos que a informação chega ao público e sobretudo aos decisores. Os resultados foram especialmente relevantes para decidir avançar com a vacina de reforço quando se verificou que os anticorpos decaiam, sobretudo nos idosos.

Do lado das ações que definimos, com o intuito de reforçar a reputação e reconhecimento da marca, gostaria de destacar duas. O podcast "Parece Impossível!", lançado em 2021 com o ITQB-NOVA e o apoio do Município de Oeiras, uma iniciativa que veio dar voz a vários projetos que pretendem envolver a sociedade e abordar temas que nos afetam. Em cada episódio desvendamos temas de ciência com recurso ao humor, sem complicações e estimulando a curiosidade. Em 2022 temos novidades sobre a segunda edição do podcast.

Em 2021 retomámos a presença nos concertos comentados de domingo na Gulbenkian. Uma iniciativa, em parceria com a orquestra, que pretende levar a ciência a locais diferentes: em apenas 5 minutos o cientista sobe ao palco e tem de cativar a plateia ao partilhar o que faz no laboratório. É uma oportunidade fantástica de que beneficiamos por ser parte de uma Fundação com estas diferentes áreas. Este ano, pela enorme recetividade que tem tido, vamos ter mais concertos nos próximos meses. Sugiro que não percam!

 

       Quais as vantagens do trabalho em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras?       


"O Instituto Gulbenkian de Ciência tem trabalhado em estreita articulação com o Município de Oeiras
 
na definição e implementação da Estratégia Oeiras Ciência e Tecnologia e no programa Oeiras Educa

Juntaram-se visões e interesses comuns para alavancar a ciência, a sua importância e disponibilizar à sociedade 

a oportunidade de participar ativamente em iniciativas de cariz científico."


Considero que estamos numa posição privilegiada por estarmos em Oeiras, num município focado em promover esta mudança, onde temos mostrado que juntar diferentes atores sociais é determinante para o sucesso comum. A parceria tem permitido desenvolver inúmeras atividades dirigidas a cientistas em início de carreira como é o caso do 'António Coutinho Science Awards' que apoia jovens cientistas dos PALOP para desenvolver projetos em centros de investigação em Portugal, ou também projetos dirigidos a escolas, como o caso do 'Lab in a Box', uma caixa cheia de ciência para ser explorada na sala de aula.

Em conjunto, temos vindo a semear o interesse pela ciência em vários locais, de formas disruptivas, acessíveis e que atingem várias faixas da sociedade. Aumentamos oportunidades e contribuímos para uma sociedade mais ativa, envolvida e interessada.

 

       Qual é o balanço que faz da sua experiência na Unidade de Comunicação Institucional e como perspetivam o trabalho futuro no IGC?       

Tem sido um desafio sobretudo dominado pelas exigências da pandemia, muito intenso e com muitas conquistas. É enriquecedor trabalhar com a comunidade científica do IGC, cada vez mais desperta para o poder da comunicação, e com a rede de parceiros nacionais e internacionais com que o IGC interage, em atual expansão e a diversificar.

Em 2022, ano de Dia Aberto do IGC e do regresso do NOS Alive, queremos reforçar a presença da ciência no dia a dia da sociedade. Em conjunto com o Município de Oeiras temos uma agenda repleta de iniciativas, esperemos que novamente presenciais, onde vamos falar de ciência e descobertas, em diferentes formatos e para diferentes públicos. Há um manancial incrível de histórias por contar sobre a investigação feita no Instituto e o impacto que representa.

O IGC acabou de definir uma nova ambição científica, focada na forma como os seres humanos estão a ser afetados pelas alterações no meio ambiente, o que vai implicar, num futuro breve, repensar a atual estratégia de comunicação, onde nos pretendemos posicionar, em particular na forma como o vamos fazer. Vemos muitas oportunidades e muita vontade de fazer mais e melhor!