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Renata Ramalho, um dos Rostos da Ciência responsável pelo programa Ciência Aberta a Oeiras Notícias

23/09/2021
Renata Ramalho, um dos Rostos da Ciência responsável pelo programa Ciência Aberta a Oeiras

 

"Os professores foram os primeiros a abraçar o programa,

utilizando as oportunidades disponíveis na plataforma Oeiras Educa. 

Com eles, vieram os alunos que participam em cada atividade:

visitas aos laboratórios, Dias abertos, Clubes de Ciência, concursos,

sessões on-line, etc."


Renata Ramalho é coordenadora do Gabinete de Comunicação e Imagem de Ciência
do ITQB NOVA, que desenvolve o programa Ciência Aberta a Oeiras


Quando e em que contexto surgiu o Programa Ciência Aberta a Oeiras?

O programa Ciência Aberta a Oeiras surgiu em 2019 como uma parceria entre a Câmara Municipal de Oeiras, o ITQB-NOVA e o IGC (Instituto Gulbenkian de Ciência). Oeiras é a casa de diversas instituições de investigação de referência e os investigadores estão completamente integrados na população: são os pais dos colegas da escola, os clientes dos salões de beleza, os organizadores do rancho folclórico do bairro, etc. Por isso, fazia sentido criar um programa estruturado, integrado na Estratégia Oeiras Ciência e Tecnologia, que abrisse ainda mais as portas das instituições e aproximasse a Ciência da comunidade.  

O programa é bastante amplo, com setores dedicados à Internacionalização, Transferência de Tecnologia, Ciência Cidadã, Investigação de Ação e uma parte dedicada à Educação e Cultura Científica. Eu dedico-me principalmente a estes temas de Educação e Cultura Científica. 

 

Qual o propósito e mais-valia da existência do Ciência Aberta a Oeiras?

Esta é uma iniciativa singular que permite aproximar a Ciência da sociedade e, em particular, da comunidade escolar. A cada ano, milhares de cidadãos de Oeiras têm a oportunidade de contactar diretamente com investigadores, participar em projetos, fazer perguntas de todo o tipo e até vivenciar um dia como investigador. Nas escolas, o projeto chega a milhares de alunos, fazendo com que a Ciência se torne algo mais próximo.

Pretende-se, com isso, criar um sentimento de familiaridade com a Ciência e de pertença a essa comunidade, de "eu sou de Oeiras, a Ciência faz parte da minha vida". O objetivo não é que todos se tornem cientistas, mas que a Ciência seja um fator presente e decisivo no dia a dia da população.

 

Como tem sido a adesão dos oeirenses ao programa?

Tem sido espetacular! Os professores foram os primeiros a abraçar o programa, utilizando as oportunidades disponíveis na plataforma Oeiras Educa. Com eles, vieram os alunos que participam em cada atividade: visitas aos laboratórios, Dias abertos, Clubes de Ciência, concursos, sessões on-line, etc. Os seniores também são um grupo particularmente interessado e que, mesmo durante a pandemia, tem estado muito ativo. A verdade é que toda a população tem aderido imenso, seja em família, com amigos ou individualmente. Há muita curiosidade que os nossos investigadores têm todo o prazer em satisfazer.

 

Quais foram as principais iniciativas do Ciência Aberta a Oeiras?

Uma parte muito importante do programa foi ter estabelecido parcerias regulares com as escolas. Os alunos de Oeiras estão já habituados a ter investigadores em sala de aula, a propor projetos, a conversar e esclarecer dúvidas, a participar em sessões de "Job shadowing". A parceria com os Clubes de Ciência das escolas permite desenvolver projetos à medida do interesse de alunos e professores que muitas vezes nos trazem ideias fora da caixa e que conseguimos ajudar a concretizar. O facto de isto já não ser excecional, acontecer de forma regular, dá aos jovens um à vontade com a Ciência que faz toda a diferença na sua educação e na forma como veem o mundo.

Temos diversas outras iniciativas voltadas para públicos diferentes. Neste momento estamos a organizar a primeira edição da Noite Europeia dos Investigadores no concelho, que terá lugar no dia 24 de setembro na Marina de Oeiras. Esse evento acontece todos os anos, em simultâneo por toda a Europa, com o objetivo de aproximar a Ciência dos cidadãos e chega agora a um espaço aberto, que os oeirenses frequentam no seu dia a dia, com todo o tipo de atividades que permita explorar a Ciência que aqui se faz.

Vamos ter uma visita guiada ao farol do Bugio, o lançamento de um livro para crianças sobre vacinação contra a COVID-19, um submarino por controlo remoto, um debate sobre sustentabilidade, um Jenga gigante e muito mais. Os eventos têm, de facto, sido um marco do programa, com Dias Abertos que permitem conhecer de perto as instituições, e dias comemorativos, como o do Microrganismo e do Fascínio das Plantas que levaram centenas de pessoas aos jardins do Palácio do Marquês de Pombal.

É claro que a pandemia trouxe um desafio adicional, mas também permitiu-nos desenvolver iniciativas únicas. Criámos a websérie Cientistas em Casa, com experiências científicas para fazer em família e que já tem 10 episódios realizados pelo ITQB-NOVA com imenso sucesso. Desde o início da pandemia houve também webinars, em que os investigadores tiravam dúvidas do público, e até o nosso Dia Aberto foi convertido em formato online com uma grande adesão. O Summer Science, um curso de verão para estudantes universitários, tem-se realizado em formato online e em formato misto e permite aos estudantes conhecerem a nossa instituição e também descobrirem Oeiras.

 

Que balanço faz da sua experiência e como perspetiva o futuro do programa?

A experiência tem sido muito positiva. A recetividade da população e o retorno que nos têm dado demonstra a importância de se promover estas iniciativas. Numa altura como a que estamos a viver é ainda mais importante que a Ciência seja vista pelos cidadãos como próxima e não como um corpo estranho.

Tive também muita sorte com as pessoas com quem tenho trabalhado, tanto no ITQB NOVA como na parceria com a Câmara Municipal de Oeiras e com o IGC. Temos em comum uma grande paixão pela Ciência e por fazer com que chegue a todos e, nesse sentido, contruímos uma equipa única, com diversas valências que se complementam e permitem transmitir esse entusiasmo à população.

Oeiras tem, de facto, condições únicas para a realização de um programa como este. O Ciência Aberta a Oeiras tem apenas dois anos e, mesmo que já tenhamos feito muita coisa, estamos ainda a dar os primeiros passos. Quando as condições pandémicas permitirem, iremos realizar um programa de férias de verão para alunos da rede escolar, e as instituições poderão voltar a abrir as portas fisicamente. Temos vários projetos que ficaram pendentes e que se tornarão realidade nos próximos anos, dando cada vez mais resposta aos oeirenses. O futuro é certamente de Oeiras, Capital da Ciência e Inovação.


https://www.oeirasvalley.com